Meu 2017 no Cinema - parte 2

Continuando...

Abril
- Cães Selvagens: outro filme que merecia muito mais sucesso. Injusto, muito injusto. Nicolas Cage, o terceiro na hierarquia de Hollywood (atrás apenas de Hugh Jackman e de deus The Rock), junto com Willem Dafoe formando a quadrilha de bandidos mais violentamente desastrada que você já viu. É um filme com a violência bem gráfica e banhos de sangue, sem ser do Tarantino, e por isso uma novidade muito bem-vinda. A história e as trapalhadas são muito boas. Pare o que estiver fazendo e vá amar o Nicolas Cage.

- Vida:

- O Espaço Entre Nós: olha... é um filme com dois adolescentes que se apaixonam e cruzam os Estados Unidos para... não ficarem juntos, mas sim encontrar o pai de um deles. Acho bacana que não é nada com adolescentes superseguros, superinteligentes, super-habilidosos, que passam a perna na polícia com facilidade (até porque nesse filme a polícia tem suas próprias limitações) e que fazem qualquer coisa sem a ajuda de adultos. Ainda por cima, a questão da ficção científica respeita bastante as leis da Mecânica.

- O Mundo Fora do Lugar: filme alemão sobre uma mulher que encontra (na França) uma doppelganger (um pouco mais velha que ela) da mãe dela, que está morta e enterrada, e teimando em entender essa loucura acaba descobrindo a verdade sobre a família. Tem a tradicional cena europeia de dois velhos carcomidos saindo no braço (o que eu não sei se é pra ser engraçado, mas eu ri muito).

- Os Smurfs e a Vila Perdida: é bacana que tem uma vila de smurfs fêmeas que ao contrário dos smurfs machos, são guerreiras. E é só isso que é bacana mesmo.

- Guardiões da Galáxia Volume 2: cenas no espaço super frenéticas e coloridas, já vimos. Visual Kirbyano, já vimos. Sucesso dos anos 70 e 80, já ouvimos. Referências a cultura dos anos 80, já vimos. Bay Groot, vimos pouco. Yondu usando sua flecha telecinética pra matar uma nave lotada, não vimos. Olha, acho que vale só por essa cena, hein? Ah, mas piadinhas... Rapaz, eu vou no cinema é pra rir mesmo, quando eu quero chorar vejo filme europeu, asiático, brasileiro... A pessoa só sai de casa pra ver blockbuster e filme de super-herói e reclama de piada: vai tomar no cu.

Maio
-O Sonho de Greta: vocês lembram de Napoleon Dynamite? Não?! Oxe! Cês tão errados! Enfim, o filmes não norte-americanos são sempre bem-vindos. Esse especialmente é engraçado, simples e ao mesmo tempo diferente. Não sei como pode mas é isso aí, a menina vê uns papangu no sonho, depois luta igual o Jiraiya... eita.

- Norman: eu até agora não entendi muito bem direito. Exceto a parte sobre o sujeito idoso querendo ser relevante no fim da vida, e sobre como conexões sociais e comerciais são estabelecidas de forma não-orgânica e por isso são tão superficiais e inseguras. O Richard Gere tá um velhinho (?!).

- O Cidadão Ilustre: os argentinos são fodas, né? Não basta serem bons no futebol e no alfajor, dão um banho no cinema brasileiro. O Cidadão Ilustre é uma comédia sobre como a vida numa cidadezinha pode ser um inferno e sobre como não existem bons caipiras.

- Rei Arthur, a Lenda da Espada: o que o Guy Ritchie tava tentando fazer? A Excalibur vira praticamente uma varinha mágica... ah, pronto!

- Corra!: rapaz!!!!!! Crítica ao racismo. História de terror que foge do padrão. Ficção (fantasia) científica. Eita nóis. Mas é melhor com o final do diretor.

Junho
- Mulher Maravilha: muitos dos problemas que eu tenho com esse filme são na verdade problemas com a personagem da Mulher Maravilha, que precisa mudar a origem e outras coisas no material original pra poder realmente ser um exemplo para mulheres e meninas. Por exemplo: heroína que se apaixona pra sempre pelo primeiro cara que transa. Não né, gente? Heroína destinada a trazer maturidade e equilíbrio aos conflitos gerados e mantidos pelos homens. Não né, gente? A cena na terra de ninguém é de tirar o fôlego, verdade, mas pra eu ficar com um gostinho bom, o filme precisaria ter terminado ali. Continua sendo um filme protagonizado por uma top model, usando uma armadura com os peitos modelados, elogiada o tempo inteiro pela aparência, com uma gorda de alívio cômico, que reage nos momentos finais da história graças à lembrança do amor que tem por um cara. Não bastasse tudo isso, o terceiro ato do filme é mal-feito, a maior parte das cenas de ação e luta é pobre (padrão Warner/DC), a vilã é completamente esquecida no final do filme, e apagam da memória da Diana a influência da Antíope. PORQUE CARALHOS ELA LEMBROU DO STEVE TREVOR NOS MOMENTOS FINAIS DA BATALHA E NÃO DA ANTÍOPE??????! Muito bonitinho a bilheteria e o efeito do filme em meninos e meninas, mas as feministas precisam se acalmar. O único motivo pra Warner ter um filme de super-herói protagonizado por uma mulher, é que a WW faz parte da trindade e a DC sempre trabalhou a Mulher Maravilha nos quadrinhos, coisa que a Marvel nunca fez com nenhuma personagem feminina. A Mulher Maravilha não tem nada de empoderamento (sic) feminino hoje, assim como não tinha quando foi criada. Menos, galera.

- Neve Negra: será este o melhor filme do ano? Olha, eu acho que sim, hein?! O que o Ricardo Darín não tem em altura, desenvolveu em talento. O resto do elenco também não fica pra trás. O cenário e a fotografia contribuem para o clima. E que história! Puta merda!!!



- Baywatch: nem o deus de Hollywood salva esse filme. Assista aí qualquer dia que tiver que ligar a televisão enquanto faz outra coisa, dá pra dar umas risadas quando você olhar pra tela eventualmente.

- O Círculo: John Boyega, Tom Hanks, Emma Watson... que filme foda, hein? Não. Até hoje eu não vi um único filme com a Emma Watson em que aconteça alguma coisa.

- Uma Família de Dois: é um remake. Um remake lindo, com um ótimo elenco (Omar Sy ) e uma história que pode ser contada mil vezes. Assista principalmente se você tem filhos. Ou pai.


- A Múmia: por quê?!

Continua... força que tem mais dois!!

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