Meu 2017 no Cinema - parte 1

Sem links, galera, porque é muito filme!!!

Olares...
Minha resolução de ano novo é ver todos os filmes que eu quiser no cinema (risos).
Enfim, já é dia 2, mas não tem mesmo prazo para avaliar os filmes que vi no ano passado, então vamos lá. Acho que vou dividir em pelo menos duas listas pois são mais de 70 filmes.
Sobrescrito nos filmes que vocês devem pular, sem formatação nos OK, itálico nos bons e negrito nos fodas.

Janeiro
- Moana: é o melhor filme da Disney nessa linha “princesa”. Começa pelo fato de que ela não é princesa. O final da história é meio previsível, mas o que importa é o trajeto. Mauí, o deus-guerreiro que acompanha a Moana é uma atração à parte (até as tatuagens do cara são). As músicas são muito bonitas, sem serem grudentas, e deve ser ainda melhor com a dublagem original. As piadas são ótimas e eu nem preciso falar sobre a qualidade técnica, né?! Gosto muito da Mulan, que também luta para salvar seu povo, mas não podemos ignorar que a Mulan 1 – luta travestida de homem 2 – arruma um namorado. Moana é única e exclusivamente sobre uma garota sendo ela mesma e lutando pelo que ela decidiu lutar.

- Animais Noturnos: então... o filme tem duas histórias. Uma “real” e uma fictícia. A história “real” é o clichê de sempre das pessoas ricas e tristes. Já a história fictícia é tão foda e contada com uma narrativa tão tensa, você não sabe se quer que o livro (isso mesmo, livro) acabe pra saber o final ou se quer que acabe pra tensão terminar. Mesmo assim tem uma outra coisinha na narrativa do livro que incomodam e são bastante desnecessárias, ou talvez seja só o jeito do diretor construir a personalidade do autor do livro pra gente.

- Sete Minutos Depois das Doze: sim, eu sei que na distribuição no Brasil o filme ficou com o nome 7 Minutos Depois da Meia-noite, mas isso foi apenas pra causar impacto, esse título não faz sentido. Mas também não importa. Com uma das melhores atuações infantis que já vi e com uma história ao mesmo tempo sensível e crua, é um dos melhores filmes sobre dor. Tem a Juliane Moore arrasando.

- La La Land: apesar da indicação ao Oscar e da qualidade técnica de tudo, esse filme sofre do mal que muitos musicais sofrem: atores afinados nos papéis principais cantando e dançando ok, quando nós poderíamos ter cantores e dançarinos profissionais cantando e dançando perfeitamente. Mas de resto é tudo muito bom; as músicas são lindas, as coreografias são empolgantes, a história é interessante (sobretudo pelo final), a fotografia é linda, os efeitos visuais. Pra ser ótimo só faltava mudarem a cena que o Ryan Gosling explica sobre o jazz pra Emma Stone.

- Manchester à Beira-mar: se fosse possível ignorar o mar de merda que cerca o irmão do Ben Affleck, ainda assim não seria possível ignorar que os prêmios que ele recebeu no ano passado não foram devidos. Quando alguém escreve um filme sensacional, enche o elenco com um cast extraordinário (mesmo os adolescentes), escolhe locações lindas e uma fotografia de tirar o fôlego; e aí inclui um personagem sem emoção para um ator incapaz de expressar, isso não torna esse ator talentoso ou sequer esforçado. Vale à pena pelo conjunto todo que descrevi, não espere uma grande atuação do Affleck Junior.

Fevereiro
- Axé, Canto do Povo de Algum Lugar: não sei vocês, mas eu não gosto de axé. O axé, porém, é um grande motor da nossa indústria fonográfica e cultural. Fiquei bastante curiosa quando vi o trailer desse documentário, já que adoro filmes que contam histórias reais, e documentários fazem isso como nenhum outro formato. Além disso, eu tenho essa resolução de ver o máximo possível de documentários no cinema e também ver o máximo possível de filmes brasileiros. Axé, Canto do Povo de Algum Lugar reúne essas duas características, apresentando ainda uma excelente edição e depoimentos de figuras muito relevantes no cenário musical nacional. Além de apresentar fatos e curiosidades sobre o axé e o carnaval (e os bastidores em Salvador) que eu não sabia. Eu adorei e pretendo rever.  Por pouco não vi duas vezes no cinema.

- Estrelas Além do Tempo: quaaaaaaaaaase impecável. Tudo o que precisava era não ter inventado cenas para o Kevin Costner pagar de desconstruído pró-integração.

- Jackie: eu não entendi muito bem direito qual o objetivo dos produtores. Mostrar o trabalho de voz da Natalie Portman? Se for, achei exagerado. Mostrar que o Kennedy só é amado pelos norte-americanos porque foi assassinado durante o mandato? Conseguiu, porque agora eu não consigo mais ouvir ou ler o nome do cara sem pensar nisso. As atuações são ótimas, a fotografia, ambientação, figurinos, é bem legal “conhecer” os bastidores do velório do Kennedy, mas é isso, né? São os bastidores do velório contados numa entrevista, imagine aí o ritmo da narrativa...

- John Wick 2: quem não gosta de John Wick tá errado. Eu poderia parar por aqui, mas preciso dizer que o filme é ainda mais insano e frenético e de quebra conta um pouco sobre a organização. Pra completar tem um cachorrinho novo .

Lego Batman: seria a melhor animação do ano? Sim. Tudo o que a gente gosta de ver nas histórias do Batman, somado à tudo o que a gente sempre quis ver. E ainda com todos os vilões da Warner. A melhor animação de 2017.

- Eu Não Sou Negro: narrado por ninguém menos que Samuel L. Jackson. As histórias dos três ativistas mescladas a textos de James Baldwin jogam uma nova luz sobre a questão racial nos Estados Unidos (e possivelmente em cada país das Américas que explorou força de trabalho de pessoas negras escravizadas), essa visão é complementada e explanada justamente pelo último filme que vi em 2017: Suburbicon.



- Aliados: eu fico muito triste que este filme não tenha feito mais sucesso. Vovô Brad ainda é charmosão e só fica mais talentoso com o passar dos anos. Marion Cotillard é soberba. A história do filme é extraordinária, com um enredo de Segunda Guerra diferindo do habitual – campo de guerra, campo de concentração, etc, e o final ainda deixa em suspense se a esposa estava ou não espionando para os alemães.

- Lion: gente, eu não consigo chamar esse filme de laión, só falo liõn. Mas enfim, que tristinho ver o menininho se perdendo e depois voltando pra casa com o coração cheio de esperança em reencontrar o irmão! Ç_Ç A história é muito boa, sobretudo por ser real, mas alguma coisa no núcleo do presente acaba por enfraquecer o impacto de tudo... sei lá...

- Moonlight: o vencedor do Oscar de 2016. Acho que o mais me impressionou foram os adolescentes. É surpreendente o que um bom diretor pode fazer; tanto se foram adultos interpretando pessoas bem mais novas, quanto se foram adolescentes, o resultado ficou muito autêntico. O fato de não ter uma narrativa específica, e apenas mostrar o protagonista crescendo e lidando com os mesmos problemas em três fases diferentes da vida também é fenomenal.

Março
- A Lei da Noite: quaaaase lá, Ben Affleck, quase. Gostei muito que alguém tenha feito uma história de máfia fora de Nova York, acabou por trazer um frescor a um estilo tão batido. Até porque, quem ousa fazer filmes de máfia italiana além do Scorcese? Pena que o personagem do próprio Affleck seja tão destacado da realidade do momento e contexto histórico. Um mafioso irlandês com consciência de classe e que faz discurso antirracismo? Sério? Ah, caralho ¬¬.  Podia também ter deixado o orgulho de lado e escalado um outro ator para fazer o personagem principal (ou talvez tenha sido pra economizar).

- Logan: o melhor filme de super-herói do ano? Olha, acho que sim, hein? Seria irretocável não fossem 1 – o X-24, 2 – o vilãozinho, 3 – a parte das crianças usando os poderes (tava tão bacana até essa parte). Eu também preferia que não tivesse aquela cena do X no final, mas todo o resto tava ótimo: Patrick Stuart, cena do Logan matando a galera no hotel durante o surto do Xavier, ator escalado pro Caliban. Nunca pensei que diria isso, mas: obrigada, Fox (?!).

- Fome de Poder: Michael Keaton ♥♥♥♥♥. Mas falando sério, acho que as pessoas não apreciam o suficiente John Carroll Lynch. Todo o elenco é muito bom na verdade. E as escolhas de produção e direção para adaptar a história foram perfeitas. E de quebra ainda elucidaram porque o milk-shake do McDonalds é tão ruim. Pare o que está fazendo e vá amar o Michal Keaton agora mesmo òÓ.

- Negação: parece que 2017 foi o ano das histórias baseadas em fatos reais. Rachel Weisz e Timothy Spall. Eles não estão apenas no filme. Eles estão se enfrentando. Uma peculiaridade do filme, é que além de mostrar a história de um farsante tentando passar por historiador, e refazer na cabeça das pessoas um episódio conforme a visão dele, também apresenta uma boa noção de como são processos judiciais de civis contra civis (pelo menos na Inglaterra, né?!) e de um jeito que não fica enfadonho. Esse filme não deveria apenas ter feito mais sucesso, deveria ser obrigatório, principalmente dada a conjectura dos fatos atuais.

- A Ilha da Caveira: eu fiquei bem triste vendo esse filme. Tirando poucas cenas massavéio - como o monstro com o flash da câmera ativado dentro da barriga - norte-americanos deveriam entender que não sabem fazer filmes de monstros ou robôs gigantes. PONTO FINAL. Nem ver o Tom Hiddleston ou o Samuel L. Jackson salvou esse filme pra mim.
- Versões de Um Crime: assim como A Lei da Noite, esse filme melhoria uns 40% com outro protagonista no lugar. É muito legal como a história é contada no tribunal sem nenhuma mentira, mas ainda assim, mentindo o tempo todo (?!), e como os protagonistas contam com a meia-versão das testemunhas pra montar a farsa. Mas o negócio do Keanu Reeves é pew pew pew pew.

- Trainspotting: T2: tudo de novo, porém novo. Ou velho. É igual. Só que é diferente. Tem tudo o que uma continuação deveria ter, e geralmente tem, só que em Trainspotting funciona. Ou eu que gosto muito da franquia. Sei lá. Vi os dois no cinema e amo!!!

- Fragmentado: então... é bem legal que Shyamallan tenha parado de fazer merda... ou sei lá, eu que não tenho bom gosto pra filme e todos os filmes dele são fodas, mas eu tenho a impressão de que o resultado geral do longa ficou errado. Não sei vocês, mas eu tava mais ansiosa pra ver a personalidade da besta aparecer do que pra saber se as adolescentes iam sobreviver. Caguei praquelas meninas, e isso inclui a protagonista. E pra que cineverso? Muito bacana ver o Bruce Willys aparecendo no final, mas... cineverso? Isso é um erro. A maior parte dos pontos do filme vai pras interpretações.

- O Poderoso Chefinho: eu amo animações e essa consegue mesclar piadas pra adultos e coisas bobas pras crianças (que eu também gosto muito). A coisa que eu achei mais foda é que a história na verdade não existe, é tudo imaginação do moleque . Que que são aqueles bebês agentes?! Adorei!!!!


- Souvenir: filme belga que a galera deve ter feito pra fomentar cultura e movimentar o dinheiro do Ministério (se é que eles têm ministério da cultura). Achei legal por abordar o destino de alguém que foi famoso na juventude e como essa galera desaparece do mapa com facilidade.

Continua...

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