Animais Fantas... nãum, péra, Animais Noturnos

Animais Noturnos e Onde Tentam ser Fantásticos.

Eu vi até hoje cinco filmes com a Amy Adams: Man of Steel, Batman vs Superman, A Chegada, Grandes Olhos e Animais Noturnos. Sendo que ela não é exatamente jovem e figura entre tantos filmes de grande distribuição, tanto blockbusters, quanto filmes que tentam ser cabeça, imagino que já tenha visto outros filmes com ela, mas ignorado. Enfim, o que eu queria dizer é que a despeito de sua grande capacidade interpretativa, ela talvez não tenha sido tão feliz ao escolher o agente. Dos cincos filmes que citei, o único bem-feito e honesto é Grandes Olhos, que eu vi numa rara boa vontade com algum filme live action do Tim Burton. É provável que não tenha sido boa vontade, apenas vontade de ver o Christoph Waltz. Grandes Olhos é um filme em que o Tim Burton fez boas escolhas para contar uma história da vida real, é simples, direto e quase sem firulas. Já Animais Noturnos seria só mais uma história sobre gente rica e triste, não fossem as firulas.


Meus porques para não considerar o filme tão bom quanto tantos críticos profissionais ou não têm considerado começam com: não consigo achar que um filme é bom só porque choca as pessoas com estupro e violência. Também não posso ignorar que as duas histórias, tanto a história "real" dos casamentos fracassados da Amy Addams, quanto a história fictícia do livro do Jake Gyllenhaal, são histórias bem simples, que só parecem genais por conta da fotografia, das atuações e do fato de estarem mescladas uma à outra. Não me agrada o argumento do filme, como se a personagem da Amy Addams fosse obrigada a agradar os outros, a mãe, o primeiro marido, o segundo e depois o primeiro novamente. Não vi o porquê - exceto a necessidade de chocar a audiência - de comparar a história do relacionamento do Jake Gillenhal/Amy Addams com uma história de violência, morte e vigança. Por que precisa do estupro de uma adolescente pra isso? Por que precisa de um sujeito cagando numa privada que fica no quintal?

Há pontos muito positivos. As já faladas fotografia e atuações. Todo o elenco parece em sua melhor forma, Jake Gillenhal é insuperável. O roteiro tem momentos muito especiais, como Michael Sheen conversando com  a Amy Adams sobre o porque de seguirmos fazendo coisas que não gostamos ou gostávamos e nos desiludiram. Embora o diretor - que também é o roteirista - tenha errado na metáfora (na minha opinião tirada do cu), ele acerta muito na direção. As cenas que apresentam a história do livro são tão tensas que você não vê a hora em que elas terminem.

Enfim, como o resumo da trama é que o cara escreveu um livro de vingancinha, acho que eu prefiro outras histórias de vingança no cinema. Mas pensando assim, Tom Ford fica por um fio de merecer créditos por quase contar uma história de vingança sem violência (pena que teve violência e muita anyway, melhor sorte da próxima vez, Tom).

É isso, vejEm, não é uma merda completa, e para muitos pode valer pelas loiras dançando peladas em nu totalmente frontal nos minutos iniciais do filme. 

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