Mitologias Negligenciadas - O Livro das Mil e Uma Noites 10

Oi novamente,

Onde estávamos?!

Sim, o sujeito com corpo metade carne, metade preda.

O rei se aprochega e o centauro maldito conta sua história: ele era um príncipe lindo e rico, que casou com a prima, que amava ele demais e morria de ciúmes. Um dia enquanto fingia que estava dormindo, ouviu as criadas comentando sobre como ela traía ele, colocando sonífero na bebida na hora do jantar e saindo depois. O sujeito nessa noite finge que bebe o sonífero, segue a mulher, assiste enquanto ela é maltratada e depois comida por um sujeito negro e espera que ela vá embora. Quando a mulher está no caminho pra casa, surpreende o cara e dá-lhe um golpe com a adaga, depois volta pra casa como se nada tivesse acontecido pra ver a reação da mulher. 

Durante o dia tava tudo bem, normal. À noite o sujeito fingiu novamente que bebia o sonífero e seguiu a mulher. Chegando ao local do encontro com o amante, a mulher vê o cara caído, perdendo sangue, quase morto e se desespera. Como ela manja os paranauês das ervas mágicas, faz uma mistura pro ferimento, pra que o cara não morra. Ela passa a noite lamentando o estado do amante e prometendo vingança quando descobrir quem foi e volta pra casa na manhã seguinte. 

Pela manhã a mulher tinha cortado os cabelos, vestido roupas pretas e inventou pro príncipe que sua mãe estava doente de velha e morrendo, e que ela teria que se ausentar para cuidar dela. O cara, na sua interpretação, deixou inclusive a mulher construir uma casa pra abrigar a "mãe". O sujeito seguiu fingindo por três anos!!! Até o dia em que não aguentou mais e contou a verdade para a mulher, pra rir na cara dela. Só que ele não contava que ela fosse uma feiticeira, que na mesma hora transformou-o naquela aberração meio-gente meio-pedra, e os habitantes da cidade converteram-se nos peixes coloridos. E a mulher ainda volta todos os dias pra dar cem chibatadas no príncipe!!!

O rei perguntou pro sujeito onde estavam os dois, a mulher e o amante, porque ele queria vingá-lo.


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