Julieta, Conexão Francesa e o Novo Filme do Tom Hanks

Fiquei uns dias sem postar nada e fui, sei lá, oito vezes (?!) no cinema durante esse intervalo. Vi uns filmes que não valem comentar, por já terem sido resenhados por aí - como Procurando Dory, que me surpreendeu - ou por não valerem nem um ingresso de quatro reais (não custa mais seis reais a sessão desconto, que tristeza) - como A Era do Gelo, que não surpreende ninguém por ser mais um filme igualzinho aos outros, e sem-graça. Mas alguns merecem ser recomendados ou desrecomendados, para salvaguardar a saúde mental de vocês. Vamos lá!



Começando pela desrecomendação tem esse filme mais ou menos do Tom Hanks. Você pode vê-lo nos cinemas brasileiros com dois títulos diferentes, aliás.Um Holograma para o Rei, que é muito bom e autêntico pra obra em questão, e o nome que combina muito melhor com essa marmota: Negócio das Arábias. O Tom Hanks parece que entrou nessa vertente de interpretar os aruatos dos EUA em missões especiais pelo mundo: Capitão Philips, Ponte dos Espiões, em todos ele é o americano legal e compreensivo que só está tentando mostrar aos estrangeiros não-civilizados como o american way of life compensa e é pacífico. Neste último filme ele inclusive se oferece pra compor o exército rebelde de um nativo que pretende fazer um levante contra a família Saudi (não seria ruim destituir a família Saudi, mas nós sabemos muito bem o que acontece quando uma potência militar ou econômica ajuda rebeldes em países do Oriente Médio com suas revoluções). Enfim, se eu pudesse, desvia. 


Agora um filme deste senhor... como este senhor ousa fazer estes filmes espetaculares?! Se você nunca viu algum dos filmes de Pedro Almodóvar, está perdendo ótimas histórias, elencos fantásticos, direção impecável. Julieta apresenta, com interpretações impecáveis de Emma Suarez e Adriana Ugarte, a história não totalmente inédita, mas ainda assim muito pouco explorada, de uma mãe que é abandonada pela filha - que aliás abandonou todo mundo, incluindo amigas de infância que ajudaram-na no passado. A melhor parte sobre esse filme é que até o momento em que tudo é mostrado, você não sabe de nada e nem tem como formular teorias, pois o diretor não tem preguiça de construir a história aos poucos. Já não deve mais estar em cartaz, mas procure por aí e veja. 


Por último mas não menos importante, A Conexão Francesa. Esse filme é de 2014, mas chegou por aqui só agora. As produções francesas têm sua própria estética e geralmente são centradas nos personagens e não nas tramas - muito parecido com cinemas de todos os outros países que não sejam os EUA, incluindo o Brasil. Eu acho isso ótimo, mas não vou, e nem tenho porque, criticar esta tentativa de fazer algo mais aproximado dos filmes de Hollywood, justamente porque o resultado ficou muito bom. A produção teve bastante êxito em se parecer, ainda que nem tanto, com os filmes de máfia italiana de Martin Scorcese. Está tudo lá, a violência, as cenas nos núcleos familiares, os italianos, as festas caras, os anos setenta. Inclusive eu achei que o Gilles Lellouche lembra bastante o De Niro. Também não deve mais estar em cartaz, mas temos A Locadora pra isso, né?!

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