E ai pessoal, tudo beleza?
Numa semana ai pra traixxx saiu o Rebirth da DC. E como foi anunciado, é um reboot que não é exatamente um reboot, mas uma ideia afim de resgatar algo "perdido" na editora. Mas vamos lá resenhar um pouco sobre a HQ.
Primeiro de tudo, a DC parece que realmente aprendeu com os erros do passado e resolveu lançar uma HQ introdutória de verdade, com 80 paginas, pra contextualizar os novos leitores, que eventualmente, virem a se interessar em ler a revista e conhecer mais do universo dos quadrinhos da editora, e ao mesmo tempo entregam uma HQ que é um resgate dos leitores mais antigo que, desde a estreia dos Novos 52, deixaram de lado as historias da DC, por elas não estarem em consonância com os ideais construídos a anos pela própria editora.
Então, a HQ nos apresenta a Wally West que, apos os acontecimentos de Flashpoint, se vê preso a força de aceleração e não consegue voltar a realidade. Realidade esta que está diferente da que West conhecia, pois foi mudada por uma entidade que, aproveitando-se justamente de Flashpoint, mexeu e alterou a realidade principal de todo o universo DC. Sim o nome dessa entidade é EXECUTIVUS WARNERISTICUS... digo, digo... Mas é quase isso, sempre que West fala da força que alterou o universo DC, parece claramente uma uma metáfora com os mandos e desmandos que os executivos da DC vem promulgando ao longo dos anos, na sanha de ganharem mais espaço no mercado de quadrinhos e bater sua principal concorrente, e porque não dizer, superior em vendas mensais, a MARVEL [linda e maravilhosa, como o próprio nome já diz (sim, isso só tá nesse texto pra deixar os DCenecus com raiva mesmo)]. E chega a ser palpável a critica que Johns faz aos executivos.
A HQ não chega a dizer exatamente quem é a Entidade que bagunçou o universo DC, mas como todo mundo (que não estava morando em uma caverna sem WiFi) sabe, o ser culpado da merda toda foi um certo careca azul seguidor do movimento naturalista (ou seria nudista?), que vez por outra gosta de explodir pessoas (em BH) e acha a variabilidade caótica da vida mó legal.
Nem preciso dizer quem é né... sim mais uma vez a DC fez merda com as coisas do Barbudo, mas chegaremos nessa parte depois.
Voltando: a HQ mostra a luta desesperada de West em escapar da força de aceleração, ele vislumbra um mundo que não é o dele, mas que está exatamente onde o seu deveria estar. E o ponto mais que positivo da HQ é justamente a narrativa em Off, que West "recita" durante toda a revista. É legal ver como Geoff Johns consegue soar contemporâneo e ao mesmo tempo "clássico". Contemporâneo por empregar uma narrativa "saída" da cabeça do herói, e clássico pela forma em que usa elementos narrativos que eram empregados na era de ouro e prata das historias em quadrinhos, onde, por exemplo, o narrador explicava o que estava sendo representado na arte, alem de sentimentos, e isso contribui para que o leitor vá se identificando com West. Leitor este que estava já a algum tempo cansado e desgostoso com os rumos que as historias da editora estavam tomando, e que apesar dexingar muito no Twitter reclamar muito com a editora não eram ouvidos por ela. West representa esse "cara".
E ao mesmo tempo em que West narra sua historia, ele passeia por esse universo dos Novos 52, e apresenta uma visão romântica do que era o universo DC, antes dos (talvez) equivocados direcionamentos editoriais que a empresa tomou nos últimos anos (tipo últimos 10 anos talvez?).
O unico ponto fraco da HQ, em minha singela opinião, é a apresentação de personagens que estão na historia só pra "bater cartão", apesar de eu entender que isso é uma forma de criar interesse, no leitor, em saber o que vem a frente, e qual será a participação de tais personagens nesse amalgama de universo que torna-se o DC a partir do Rebirth, eu particularmente não vi função nessas cenas.
Cuidado Spoilers a Frente, só estou avisando porque a linha editorial (que não existe) deste blog apoia uso de spolers, com tanto que o leitor esteja ciente de que será bombardeado com acontecimentos do tipo: que o Barry Allen é o único que lembra do West e o resgata ao final da HQ, ou que o Batman acha o Broche do Comediante de Watchmen (e essa cena é tão merda que o broche ainda tá com SANGUE), ou que o Superman, a Lois Lane e o filho dos dois, estão no universo dos Novos 52 e que o Super dessa realidade morreu...
Assim West vai visitando os bastiões da editora afim de ser lembrado por quem quer que seja, claro que sem sucesso. Então chegamos ao momento derradeiro em que West apos procurar sua amada, e esta não o reconhecer, se entrega a derrota e vai falar com Barry Allen, convicto de que não será lembrado pelo tutor, para então deixar-se levar pela força de aceleração que tenta absorve-lo durante toda a HQ...
E é ai amigos que a coisa fica realmente bela, é simplesmente a cereja do bolo. Apesar de eu ter minhas ressalvas sobre a forma que a cena é colocada na HQ, ficou muito bom. Mas, por exemplo, acho que teria sido melhor colocar o abraço de Barry em West em uma pagina unica, pra causar maior impacto à cena, pois o leitor estaria tão envolto na historia que, mesmo se tivesse foleado a revista antes de lê-la, com certeza seria impactado por virar a pagina, onde o ultimo quadro seria o da mão do Barry agarrando o braço do West, e na seguinte ter os dois se abraçando e Barry proferindo o "como eu pude esquecer de você". Eu, inclusive, teria feito essa cena em pagina dupla, de lado, ao estilo Poster, pro leitor sentir aquele formigamento no "fosquete". Mas do jeito que acontece já trás uma comoção interessante, principalmente se quem estiver lendo for um fã antigo da DC. Nesse momento Geoff Johns está nitidamente "puxando" você, leitor antigo, de volta para a DC, e isso torna a experiencia da HQ algo memorável.
E ai, a HQ termina com esse final feliz?
NÃO MESMO.
West avisa Barry que eles tem um inimigo poderoso pra enfrentar, e a HQ nos direciona para Pandora, aquela personagem que aparecia vez por outra as historias dos Novos 52 sempre escondidinha, como num "Onde está Wally" totalmente privado de sentido. Então, a moça aparece fugindo, e seu perseguidor, que não aparece em toda a cena, mata ela exxxprudindo-a em uma alusão (claríssima, diga-se de passagem) a morte de Rorschach.
Claro que West estava se referindo ao Dr. Manhattan de Watchmen quando falou da entidade que mexeu na realidade da DC e alterou tudo que existia depois de Flashpoint.
Apesar de ter jogado na conta do Manhattan, é obvio que Johns, com sua metáfora (já explicada neste post) estava mandando aquele bom e velho "Dedo do Meio Levantado" para os executivos. Ora, não fossem os senhores engravatados, acharem que todas as HQs tinha que ser iguais a Watchmen, (e sim, o publico tem a maior parcela da culpa nisso, inclusive) as historias e os herois da DC, principalmente, não teriam sofrido uma "desvirtuação" tornando-se mais realistas, tirando, assim, a característica de Ideal que os heróis vinham ganhando ao longo dos anos, e que fez parte da "construção de caráter" de muitos leitores antigos.
Assim terminamos a HQ Rebirth com um ótima sensação de termos lido uma boa historia, de que a DC finalmente vai dar mais atenção aos leitores e PARAR DE FAZER MERDA. E apesar de Johns tentar estragar a experiencia com a cena ridícula onde o Batman acha o broche do Comediante, ele não consegue, pois estamos tão satisfeitos com tudo que acabamos de ler, que essa cena torna-se minuscula, apesar "dela" realmente tentar com todas as forças estragar nossa felicidade.
Enfim, se você quer um bom motivo pra re-começar a ler as revistas da DC, o Rebirth é um ótimo momento. E se você quer iniciar-se nas historias da DC, a revista se apresenta como uma obra convidativa e uma ótima oportunidade de iniciar a descoberta.
Nota: Se você pulou até aqui pra ver a nota, se ferrou. O modelo de texto chamado "Resenha" não carece de ter quantificado em termos numéricos o que foi abordado no texto, como se espera de uma Critica... mas é um 8,234419.
Valeu galerinha e até a próxima...
Ah, e deixem ai nos comentários o que vocês acharam da HQ, caso tenham lido-a.
Numa semana ai pra traixxx saiu o Rebirth da DC. E como foi anunciado, é um reboot que não é exatamente um reboot, mas uma ideia afim de resgatar algo "perdido" na editora. Mas vamos lá resenhar um pouco sobre a HQ.
Primeiro de tudo, a DC parece que realmente aprendeu com os erros do passado e resolveu lançar uma HQ introdutória de verdade, com 80 paginas, pra contextualizar os novos leitores, que eventualmente, virem a se interessar em ler a revista e conhecer mais do universo dos quadrinhos da editora, e ao mesmo tempo entregam uma HQ que é um resgate dos leitores mais antigo que, desde a estreia dos Novos 52, deixaram de lado as historias da DC, por elas não estarem em consonância com os ideais construídos a anos pela própria editora.
Então, a HQ nos apresenta a Wally West que, apos os acontecimentos de Flashpoint, se vê preso a força de aceleração e não consegue voltar a realidade. Realidade esta que está diferente da que West conhecia, pois foi mudada por uma entidade que, aproveitando-se justamente de Flashpoint, mexeu e alterou a realidade principal de todo o universo DC. Sim o nome dessa entidade é EXECUTIVUS WARNERISTICUS... digo, digo... Mas é quase isso, sempre que West fala da força que alterou o universo DC, parece claramente uma uma metáfora com os mandos e desmandos que os executivos da DC vem promulgando ao longo dos anos, na sanha de ganharem mais espaço no mercado de quadrinhos e bater sua principal concorrente, e porque não dizer, superior em vendas mensais, a MARVEL [linda e maravilhosa, como o próprio nome já diz (sim, isso só tá nesse texto pra deixar os DCenecus com raiva mesmo)]. E chega a ser palpável a critica que Johns faz aos executivos.
A HQ não chega a dizer exatamente quem é a Entidade que bagunçou o universo DC, mas como todo mundo (que não estava morando em uma caverna sem WiFi) sabe, o ser culpado da merda toda foi um certo careca azul seguidor do movimento naturalista (ou seria nudista?), que vez por outra gosta de explodir pessoas (em BH) e acha a variabilidade caótica da vida mó legal.
Nem preciso dizer quem é né... sim mais uma vez a DC fez merda com as coisas do Barbudo, mas chegaremos nessa parte depois.
Voltando: a HQ mostra a luta desesperada de West em escapar da força de aceleração, ele vislumbra um mundo que não é o dele, mas que está exatamente onde o seu deveria estar. E o ponto mais que positivo da HQ é justamente a narrativa em Off, que West "recita" durante toda a revista. É legal ver como Geoff Johns consegue soar contemporâneo e ao mesmo tempo "clássico". Contemporâneo por empregar uma narrativa "saída" da cabeça do herói, e clássico pela forma em que usa elementos narrativos que eram empregados na era de ouro e prata das historias em quadrinhos, onde, por exemplo, o narrador explicava o que estava sendo representado na arte, alem de sentimentos, e isso contribui para que o leitor vá se identificando com West. Leitor este que estava já a algum tempo cansado e desgostoso com os rumos que as historias da editora estavam tomando, e que apesar de
O unico ponto fraco da HQ, em minha singela opinião, é a apresentação de personagens que estão na historia só pra "bater cartão", apesar de eu entender que isso é uma forma de criar interesse, no leitor, em saber o que vem a frente, e qual será a participação de tais personagens nesse amalgama de universo que torna-se o DC a partir do Rebirth, eu particularmente não vi função nessas cenas.
Cuidado Spoilers a Frente, só estou avisando porque a linha editorial (que não existe) deste blog apoia uso de spolers, com tanto que o leitor esteja ciente de que será bombardeado com acontecimentos do tipo: que o Barry Allen é o único que lembra do West e o resgata ao final da HQ, ou que o Batman acha o Broche do Comediante de Watchmen (e essa cena é tão merda que o broche ainda tá com SANGUE), ou que o Superman, a Lois Lane e o filho dos dois, estão no universo dos Novos 52 e que o Super dessa realidade morreu...
Assim West vai visitando os bastiões da editora afim de ser lembrado por quem quer que seja, claro que sem sucesso. Então chegamos ao momento derradeiro em que West apos procurar sua amada, e esta não o reconhecer, se entrega a derrota e vai falar com Barry Allen, convicto de que não será lembrado pelo tutor, para então deixar-se levar pela força de aceleração que tenta absorve-lo durante toda a HQ...
E é ai amigos que a coisa fica realmente bela, é simplesmente a cereja do bolo. Apesar de eu ter minhas ressalvas sobre a forma que a cena é colocada na HQ, ficou muito bom. Mas, por exemplo, acho que teria sido melhor colocar o abraço de Barry em West em uma pagina unica, pra causar maior impacto à cena, pois o leitor estaria tão envolto na historia que, mesmo se tivesse foleado a revista antes de lê-la, com certeza seria impactado por virar a pagina, onde o ultimo quadro seria o da mão do Barry agarrando o braço do West, e na seguinte ter os dois se abraçando e Barry proferindo o "como eu pude esquecer de você". Eu, inclusive, teria feito essa cena em pagina dupla, de lado, ao estilo Poster, pro leitor sentir aquele formigamento no "fosquete". Mas do jeito que acontece já trás uma comoção interessante, principalmente se quem estiver lendo for um fã antigo da DC. Nesse momento Geoff Johns está nitidamente "puxando" você, leitor antigo, de volta para a DC, e isso torna a experiencia da HQ algo memorável.
E ai, a HQ termina com esse final feliz?
NÃO MESMO.
West avisa Barry que eles tem um inimigo poderoso pra enfrentar, e a HQ nos direciona para Pandora, aquela personagem que aparecia vez por outra as historias dos Novos 52 sempre escondidinha, como num "Onde está Wally" totalmente privado de sentido. Então, a moça aparece fugindo, e seu perseguidor, que não aparece em toda a cena, mata ela exxxprudindo-a em uma alusão (claríssima, diga-se de passagem) a morte de Rorschach.
Claro que West estava se referindo ao Dr. Manhattan de Watchmen quando falou da entidade que mexeu na realidade da DC e alterou tudo que existia depois de Flashpoint.
Apesar de ter jogado na conta do Manhattan, é obvio que Johns, com sua metáfora (já explicada neste post) estava mandando aquele bom e velho "Dedo do Meio Levantado" para os executivos. Ora, não fossem os senhores engravatados, acharem que todas as HQs tinha que ser iguais a Watchmen, (e sim, o publico tem a maior parcela da culpa nisso, inclusive) as historias e os herois da DC, principalmente, não teriam sofrido uma "desvirtuação" tornando-se mais realistas, tirando, assim, a característica de Ideal que os heróis vinham ganhando ao longo dos anos, e que fez parte da "construção de caráter" de muitos leitores antigos.
Assim terminamos a HQ Rebirth com um ótima sensação de termos lido uma boa historia, de que a DC finalmente vai dar mais atenção aos leitores e PARAR DE FAZER MERDA. E apesar de Johns tentar estragar a experiencia com a cena ridícula onde o Batman acha o broche do Comediante, ele não consegue, pois estamos tão satisfeitos com tudo que acabamos de ler, que essa cena torna-se minuscula, apesar "dela" realmente tentar com todas as forças estragar nossa felicidade.
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É TÃO RUIM QUE CHEGA A BRILHAR |
Enfim, se você quer um bom motivo pra re-começar a ler as revistas da DC, o Rebirth é um ótimo momento. E se você quer iniciar-se nas historias da DC, a revista se apresenta como uma obra convidativa e uma ótima oportunidade de iniciar a descoberta.
Nota: Se você pulou até aqui pra ver a nota, se ferrou. O modelo de texto chamado "Resenha" não carece de ter quantificado em termos numéricos o que foi abordado no texto, como se espera de uma Critica... mas é um 8,234419.
Valeu galerinha e até a próxima...
Ah, e deixem ai nos comentários o que vocês acharam da HQ, caso tenham lido-a.
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